A escultura gótica surge, numa primeira fase, intimamente associada à arquitetura das catedrais. No exterior do edifício são, sobretudo as fachadas principais e do transepto, nomeadamente os portais, os suportes para a implantação da escultura. À medida que vão se tornando mais complexas, também as empenas, rosáceas, tabernáculos dos arcobotantes e gárgulas das catedrais vão servir de suporte para a decoração das esculturas. Quanto à estrutura do portal, ele é constituído pelo tímpano, arquivoltas, mainel e ombreiras ou jambas, substituídas por estátuas-coluna. No interior o trabalho é bem mais reduzido, e é, sobretudo a partir do século XIV que a catedral passa a albergar mobiliário com relevo em talha (cadeirais do coro), estatuária devocional, altares e arcas tumulares. No seu conjunto, a escultura gótica pode ser agrupada em quatro tipologias. Sendo a primeira as estátuas-coluna, aplicada nas ombreiras do portal conferindo uma dimensão vertical ao pórtico, mas que progressivamente se vai autonomi- zando em relação ao seu suporte arquitetônico. O segundo elemento é o relevo escultórico, sobretudo no tímpano do portal. O terceiro considera-se a escultura de vulto redondo, em especial estatuária de devoção, resultante da evolução das estátuas-coluna. O quarto item da tipologia é a escultura funerária, ou seja, arcas tumulares e estátuas jacentes.
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